A Fidelidade de Filadélfia

       Hoje a Palavra é do Apocalipse, mas não tem muito de apocalíptica não. Não quando se trata da visão apocalíptica do senso comum.

       A maior parte das pessoas observa o Apocalipse como um filme de terror, passando sob seus olhos como um trailer atroz em alta velocidade. O FIM DO MUNDO. Até existem algumas produções cinematográficas que o tentam retratar. E, quase invariavelmente, o caos total!
 

       Mas, espera... A vitória é de DEUS, certo? E Deus é o nosso Pai. E essa é a batalha final. Então, vamos raciocinar: se esse é o fim das batalhas, e quem vence é Deus, e Deus é nosso Pai, então também vencemos! Oras! Não há nada mais lógico. Mas a grande questão é: será que realmente somos filhos de Deus? Essa indagação deixarei para depois, talvez outro dia tentaremos respondê-la. Nada que lhe impeça de entrar logo no mérito da questão.
 

       Mas estou aqui, agora, para trazer boas novas. Sei que muitas vezes adoto a atitude de Paulo de escrever exortando, enquanto pessoalmente é raro que me achem a tomar postura de exortação, posto que permito que o amor impere à disciplina (não descartando a importância dos dois). Hoje vai ser um pouco diferente. Resolvi escrever, sob a influência e permissão de Deus, é claro, sobre algo mais brando. Uma recompensa.
 

       Bem, sem mais rodeios, vamos à Palavra:
 

“Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.” (Apocalipse 3:8)

       Essas foram as palavras do Senhor, ou melhor, são e serão Suas palavras, à igreja de Filadélfia.

       O que eu quero chamar atenção aqui é para o que Deus tem para aqueles que são fiéis.

       Primeiramente temos que definir o que é SER FIEL.
 

       Fidelidade é uma postura, um comportamento sério a ser tomado pelos filhos de Deus. Envolve comprometimento, amor e muuuuita dedicação.
 

       Não é à toa que a alegoria que Deus utiliza para ilustrar o relacionamento da Igreja com Jesus é o relacionamento da Noiva com o Noivo. O comprometimento, a dedicação e, principalmente, o amor em uma relação conjugal geram como fruto a fidelidade. A fidelidade não deve ser um esforço, mas sim um resultado de um conjunto de esforços.
 

       Guardar a palavra de Deus (e não negar o Seu Nome) significa ser fiel. Quantas pessoas aqui um dia levantaram e disseram: “Deus, agora eu vou guardar a tua palavra”, e simplesmente por isso conseguiram guardá-la? Não é assim que funciona. Mentalizar todo dia “eu vou guardar a palavra; eu vou guardar a palavra...” não pode ser a atitude que dará como fruto a fidelidade.
 

       É necessário que haja COMPROMETIMENTO. É preciso primeiro que nós nos comprometamos a ler a Palavra (como é que se guarda o que não se conhece? Difícil, hein?!); orar a Deus; largar o que pertencia à velha criatura; e adotar a postura de verdadeiros cristãos. Essa pequena lista é apenas exemplificativa. Existem muitas outras coisas que a palavra “comprometimento” evoca.

       Outro passo é a DEDICAÇÃO. Essa o dicionário pode explicar melhor que eu:
 

“de.di.ca.ção s.f.(a) 1. Ato de dedicar. 2. Sentimento que leva alguém a esquecer-se de si  próprio ou de atender a seus próprios interesses, em favor de outrem, ou de uma ideia, de uma paixão, de uma causa, etc.” (Minidicionário Sacconi da Língua Portuguesa; grifo nosso)

       E olha que eu abri o dicionário despretensiosamente; só porque estava aqui ao meu lado. Não esperava encontrar uma resposta tão completa!
 

       O que é o jejum? É dedicação! E tem mais:
 

“Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo.” (Marcos 13:33)

       Isso tudo demanda dedicação. O que faltou aos discípulos naquela famosa ocasião (Mateus 26:36-45), em que Jesus foi orar no Getsêmani, foi dedicação. A dedicação os impediria de dormir. Se fizessem o esforço de resistir ao sono, e então, vigiar e orar, teriam agradado ao Senhor.
 

       Dedicação significa abrir mão de algo, seja o descanso físico, seja qualquer outra coisa de nosso interesse, para se entregar a Deus. Esquecer-se de nosso ego, nosso eu, para ser Corpo de Cristo.
 

       Por fim, e mais importante, vem o AMOR. Sim, o amor é um esforço também. É uma atitude que tem por fruto a fidelidade. E aqui nem precisa explicar, não é? A própria analogia com o casamento explica.

           Amigos...
       Parece que junto com a bênção acabou vindo uma pequena exortação! Glória a Deus por isso! Como falar de bênção sem falar no que antecede a bênção? Seria pregar um falso evangelho. Evangelho não é apenas desfrutar das bênçãos de Deus; mas sim tomar sua cruz.

       Ah, e quem o fizer... Àquele que, mesmo em meio às dificuldades, em meio às resistências que a carne apresenta, GUARDAR A PALAVRA DE DEUS E NÃO NEGAR O SEU NOME há Grandes Coisas reservadas. É só ler a carta à igreja de Filadélfia, no livro do Apocalipse, que se verão quão maravilhosas são as coisas que Deus tem para aqueles que são fiéis.
 

“Eis que venho sem demora; guarda o que tu tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Apocalipse 3:11)

E ENTÃO, VAMOS SER FIÉIS?
 

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3:13)

 
Shalom!


Amanda Pierrelevée
Comunidade Vida Vinhais